Ficam enchendo para que eu me enfie
num vestido e vá numa boate com elas. Mas eu não gosto de boates. A escória
jovem se concentra lá, sexta à noite. Tudo o que eu menos quero agora é um
playboyzinho escroto e malhadinho pagando de bêbado, tentando me passar uma
conversinha ridícula enquanto tenta alisar minha bunda.
Cada dia mais minha aversão pelas
pessoas parece aumentar. Não sei se sou arrogante demais ou as pessoas com que
convivo são realmente retardadas. Talvez o problema seja eu. Às vezes eu só
queria ser como as outras. Queria ter uma vidinha de merda, em que a maior
preocupação é alisar o cabelo e ver as notificações do Facebook.
Eu sou toda torta. Por mais que
esteja rodeada de pessoas, ainda me sinto sozinha. Aliás, parece que quanto
mais gente, pior. Me sinto estranha e a única vontade que tenho é de sair
correndo. De me esconder no meu quarto, debaixo das cobertas, com um livro do
García Márquez. Mas não escolhi ser assim.
Fico me perguntando qual é o meu
problema. Acho que sou mesmo uma filha da puta imatura, resmungona e
antipática. Talvez não seja culpa das músicas que ouço, dos livros que leio.
Das pessoas que ficaram no passado. Das merdas que me aconteceram. Talvez eu já
tenha nascido assim e pronto. Que merda.
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